quarta-feira, setembro 13, 2017

Sabe-se que o sono é representado por uma fase de repouso para todos os sistemas fisiológicos, especialmente, aos sistemas nervoso central (SNC), respiratório e cardiovascular. A recomposição de neurotransmissores e a consolidação da memória são as principais ações do sono sobre o SNC, por isso, ressalta-se sua importância. 
Um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine mostrou que a privação do sono pode interferir não só na perda de peso como na distribuição de tecido adiposo e massa magra corporal. Na pesquisa, voluntários saudáveis foram submetidos a uma dieta com restrição calórica, em torno de 1450kcal, e passaram duas semanas dormindo em média 8 ou 5 horas por noite, com objetivo de avaliar o impacto da restrição de 3 horas de sono, uma consequência da vida moderna. Em cada tratamento, avaliou-se a perda de peso obtida, bem como perda de tecido adiposo e massa magra, além da dosagem de hormônios anorexígenos e orexígenos. Após 14 dias de intervenção, observou-se a perda de peso similar em ambos os grupos, porém, nos integrantes com restrição de sono, ocorreu diminuição na proporção de perda de gordura em 55%, e aumento da concentração de grelina e do coeficiente respiratório em jejum e pós-prandial, demonstrando redução na taxa de oxidação de gordura. 
Outros estudos confirmaram que diminuir o tempo de descanso pode aumentar significativamente a síntese de grelina e de cortisol, assim como reduzir a produção de leptina e GH. Tal fator interfere negativamente na sinalização de fome e saciedade. A restrição de 4 horas, por apenas dois dias, é o suficiente para essa alteração hormonal. 
Por fim, uma pesquisa ressaltou o aumento significativo de consumo calórico de snacks ricos em carboidratos e com baixo teor de proteínas no grupo de voluntários submetidos à restrição de 3 horas de sono, por duas semanas. Os achados, associados a um ambiente obesogênico com grande oferta desses snacks, apontam que isso possa contribuir para a obesidade.

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